“A literatura mostra que acima de cerca de 20 miligramas de Zolpidem, algumas pessoas já têm o efeito de euforia, então muitas usam durante o dia para isso. Mas a maior parte das pacientes com quem tivemos contato começou de fato a usar durante a noite, para induzir ao sono. Só que com o tempo, pelo mecanismo de tolerância, foram precisando de doses maiores e daí passaram a usar durante o dia também, buscando um efeito de alívio da sensação de angústia”, explica Talita di Santi, psiquiatra do Promud e também autora do artigo. Ela destaca que esse é um mecanismo da própria dependência. “Tem a ver com fissura, tem a ver com o tempo de ação do fármaco. É uma coisa que a pessoa não controla, que tem relação com os efeitos químicos da droga mesmo.”
A retirada, enfatiza a médica, precisa ser gradativa, caso contrário há risco até mesmo de vida, a depender das condições do paciente. “No nosso estudo, duas das pacientes tiveram convulsões após uma retirada abrupta, que não é recomendada.”